A Cerca de mim...

Claudia Lins

"Incontrolavelmente marcamos a vida e ela em oposição nos marca. São tantas marcas que acumulamos, que as chamamos de experiência."

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domingo, 26 de junho de 2016

Agora é oficial... O Rio de Janeiro morreu. É a mais pura verdade.

Meu trabalho será focado  na fiscalização  
de tudo o que se refere neste vídeo.
Parece brincadeira mas é a pura verdade!
É claro que aí se trata de crianças 
e o negócio é muito mais complicado com os adultos.
Mas nós chegaremos lá!

Alguma coisa tem que ser feita urgentemente!
E isso só poderá ocorrer na hora do seu voto, 
fazendo a escolha certa! 

Foca Em Mim
Claudia Lins
Ao infinito e além!





segunda-feira, 13 de junho de 2016

Não existe tolerância...


Podem existir mil e uma explicações psiquiátricas para essas pessoas homofóbicas, racistas, preconceituosas, pedófilas, religiosas extremistas que não cessam de aumentar no mundo. Nenhuma delas me satisfaz sejam de médicos, filósofos ou sociólogos.

A palavra tolerância, provém da palavra Tolerare que significa etimologicamente sofrer ou suportar pacientemente. O conceito tolerância radica numa aceitação assimétrica de poder: a) Tolera-se aquilo que se apresenta como distinto da maneira de agir, pensar e sentir de quem tolera; b) Quem tolera está, em princípio numa posição de superioridade em relação aquele que é tolerado. Neste sentido pode ou não tolerar. 

A tolerância  pressupõe sempre um padrão de referência, as margens de tolerância e aquilo que se assume como intolerável. 

A tolerância pode surgir como a simples aceitação das diferenças entre aquele que tolera e o tolerado, ou como a disponibilidade do primeiro para integrar ou assimilar o segundo.

Limites da Tolerância

Até onde devemos aceitar o Outro nas suas diferenças? Pode uma cultura sobreviver quando no seu próprio seio tolera aquelas que defendem o seu oposto?  

 
Razão Intolerante

Em nome da tolerância, isto é, de uma razão que combate de todos os constrangimentos, desde o século XVIII que se cometeram inúmeros crimes contra a própria humanidade.

Fundamentação

A fundamentação da tolerância tem variado bastante ao longo dos séculos. Mas em que sentido podemos falar de tolerância? Será a tolerância uma exigência moral? Teológica?

Quatro perspectivas essenciais sobre a fundamentação da tolerância. 

 

1. A Tolerância como Prudência. Pode tolerar-se por mero calculo, tendo em vista, por exemplo, evitar conflitos quando não se têm a certeza quanto ao desfecho final dos mesmos. Pode também tolerar-se posições contrárias quando não se tem a certeza sobre algo. 
 
2.A Tolerância como Indiferentismo. Pode tolerar-se por uma questão de princípio relativista. Se aceitarmos que não existem verdades absolutas, então todas as posições se tornam legítimas e aceitáveis. Pode tolerar-se também devido há ausência de convicções e valores próprios. Neste caso aceita-se as ideias do Outro não por respeito, mas porque não se possui nada para opor ou defender. Nesta perspectiva, a tolerância terminar quase sempre no indiferentismo, onde a verdade e a mentira se equivalem.    

 
3. A Tolerância como Culto das Diferenças.Podemos ser tolerantes por respeito pelas diferenças do Outro. Nas nossas sociedades, este tipo de tolerância manifesta-se frequentemente em relação a duas situações muito distintas: a) Aceitam-se e respeitam-se as diferenças daqueles que outraora foram discriminados, como os homossexuais; b)  Aceitam-se e respeitam-se todas as culturas que antes foram discriminadas ou combatidas. Neste último caso, a sua negação é assumida como um empobrecimento da diversidade cultural da humanidade. Este princípio tem servido tanto para fundamentar o multiculticulturalismo como o racismo e a xenofobia. Na verdade a aceitação da identidade cultural do Outro não significa que o aceitamos como igual, nem sequer que aceitemos conviver no mesmo espaço."Iguais, mas separados" é, não nos podemos esquecer, um dos novos lemas do racismo.  

 
4. A Tolerância como uma exigência dos Direitos Humanos. Desde a antiguidade clássica que a especulação sobre a natureza humana se traduziu na afirmação de que todo o ser humano possui um conjunto de direitos fundamentais ou naturais imutáveis: liberdade, dignidade, etc. Baseado neste pressuposto, John Locke, por exemplo, irá fundamentar a tolerância. Em rigor, todavia não faz sentido falarmos de tolerância entre seres iguais por natureza.Todas as convicções e ideias são legítimas porque produto de homens livres e com os mesmos direitos. Esta posição conduzida ao limite, termina no indiferentismo ou seja na negação de todo e qualquer valor.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Um pouquinho sobre o artigo 5º da nossa Constituição.



"Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes eleitos 
ou diretamente, nos termos desta Constituição."

Humanize a luta política 
e talvez você comece a entender 
porque gente como eu acha o exercício de direitos 
um dever moral em memória 
àqueles que morreram para que os tivéssemos.



Um pouquinho da nossa Constituição

O artigo 5º,   
se você for ler apenas um, que seja esse

Os artigos 3º e 4º tratam dos objetivos do país 
e dos princípios que regem suas relações internacionais, respectivamente. 

O tantas vezes desrespeitado, artigo 5º,  
trata das liberdades individuais. 

Ele é importante para sua vida.

As garantias individuais são sua proteção 
e ninguém pode tirá-las de você. 
Basta estar vivo para tê-las, 
e algumas são até aplicáveis a gente morta.

Ninguém, nem mesmo, e especialmente, o Estado, em qualquer nível federativo, em qualquer Poder, pode desrespeitá-las. Conhecê-las é sua arma contra arbitrariedades, sua afirmação como cidadão, sua chance de melhorar seu julgamento e revisar suas atitudes e opiniões.


Nossos direitos fundamentais de acordo com o artigo quinto. 
Pincemos algumas garantias que têm relação mais clara com o pensamento político:

(i) Princípio da legalidade, segundo o qual 

"ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
 alguma coisa senão em virtude de lei".

Lei, aqui, deve ser entendida em sentido amplo: 
Constituição Federal, 
Constituição Estadual, 
lei complementar, 
lei ordinária, 
lei delegada, etc.

É com base neste princípio que você pode se negar a cumprir determinada ordem que não tenha respaldo legal, 
como, por exemplo, negar o acesso 
da polícia a sua casa sem mandado judicial.

Ao mesmo tempo, é com base nele que você não tem o direito de exigir de outras pessoas comportamentos de cunho meramente moral, religiosos ou de boas maneiras (na verdade, nada impede de exigi-los, já que isso não está prescrito em lei, mas você deve, pelo menos, suportar seu descumprimento).

(ii) Direito de manifestação do pensamento, segundo o qual "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato".

Essa vedação ao anonimato dá muita discussão – por exemplo, usar máscaras torna um manifestante anônimo, ou seria uma expressão individual de identidade política ou ideológica? 
A ideia nesse artigo é que a liberdade de se manifestar caminha junto com a possível responsabilização por seus atos.

(iii) Liberdade de manifestação, que garante 
"a livre expressão da atividade intelectual, artística, 
científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença".

Portanto, você é livre para divulgar suas ideias, opiniões e tudo o mais que você quiser. Esta liberdade, porém, não é uma carta branca para sair bradando impropérios ou inventando boatos: nenhuma garantia individual é absoluta, e seu exercício deve ser ponderado e limitado pelas demais liberdades e proteções. Lembre que o cidadão é livre, mas também responsável por seus atos.

(iv) Direito de receber informação de interesse particular, coletivo ou geral dos órgãos públicos, salvo em caso de segurança da sociedade e do Estado. Acesso à informação, meus caros: se o órgão é público, as informações que tramitam 
dentro dele também devem ser.

(v) Direito de petição aos Poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

Você tem o direito de peticionar diretamente às autoridades políticas para reclamar ou denunciar ilegalidades. Talvez uma petição individual se perca na barafunda burocrática tão comum de órgãos públicos, mas este direito mobilizado pode se tornar um grande fator de pressão pública. Um exemplo de que isso funciona foi a criação do Parque Augusta, em São Paulo, que teve grande mobilização popular.

Como você vai perceber da leitura do artigo 5º, há outros direitos que podem ser usados no contexto político, e todos eles são cruciais para o exercício da cidadania plena. Ao se deparar, por exemplo, com o inciso XII, que diz:


"É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial."
Você pode se questionar sobre a prática banalizada de obter informações de mensagens eletrônicas para formação de publicidade direcionada. Ou, ainda, duvidar do caráter da mídia sensacionalista que não hesita em rotular como bandidos pessoas que sequer foram julgadas, em completo desrespeito ao princípio de que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória - o que aconteceu no caso da Escola Base é exemplo do que o desrespeito à presunção de inocência pode causar.

A ideia deste texto, contudo, não é esgotar o assunto e nem entrar em detalhes, mas instigar o cidadão a entrar em contato com o coração (ou a alma?) do nosso país. 



Autor:
Thiago Trung - São Paulo, SP

Pelo menos uma boa notícia! (Semana do Meio Ambiente)



Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), o Estado do Rio de Janeiro comemora importantes conquistas na área ambiental. A criação do primeiro Refúgio da Vida Silvestre, a estruturação de parques estaduais e a elaboração do primeiro modelo de Parceria Público-Privada (PPP) para gestão de uma unidade de conservação são algumas das medidas em curso que buscam garantir a preservação e restauração da fauna e flora endêmica, assegurando o abastecimento d´água no território fluminense.



INVENTÁRIO DE ESPÉCIES ENDÊMICAS - GUARAJUBA

Uma importante ferramenta para as ações de reflorestamento, o Inventário das Espécies Florestais do Estado do Rio de Janeiro reúne informações sobre as 904 espécies da flora que, no planeta, só existem no território fluminense. Através do inventário é possível analisar e definir estratégias para conservação da flora endêmica ameaçada.

Dentre as espécies que constam no inventário, está a Terminalia acuminata, conhecida como Jundiaí ou Guarajuba, que havia sido dada como extinta na natureza pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) - organização que é autoridade mundial em listas vermelhas.

Entretanto, em 2015, um dos pesquisadores do Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora) identificou a espécie no Parque Municipal do Grumari. Antes disso, não havia registros de Guarajuba na natureza desde uma coleta feita em Maricá em 1942. Foram 73 anos sem que os botânicos conseguissem encontrar essa árvore, que foi muito explorada no passado na fabricação de embarcações e de móveis.

Depois de Grumari, a equipe do Jardim Botânico também encontrou a guarajuba no Parque Estadual da Serra da Tiririca, no Parque Municipal da Cidade e no Parque Municipal da Serra do Mendanha. Com essas descobertas, será possível incluir a Guarajuba nos planos e ações para conservação de espécies ameaçadas de extinção.

Na segunda fase deste trabalho, a proposta é criar um tipo de aplicativo para a campanha “Procura-se”. A finalidade do aplicativo é envolver o cidadão no trabalho de identificação de espécies do inventário.

REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE

Com área de 12 mil hectares que se estende pelas margens do Rio Paraíba do Sul, a criação do primeiro Refúgio da Vida Silvestre vai contribuir para a segurança hídrica do estado, uma vez que o rio é a principal fonte de abastecimento da população fluminense, incluindo a Região Metropolitana. O espaço contemplado pelo Refúgio se estende da Represa de Funil, na divisa com São Paulo, até Três Rios, na Região do Médio Paraíba.

A nova unidade de conservação abrange mais de 130 córregos e nascentes; visa a proteger 63 ilhas fluviais, essenciais à reprodução das espécies nativas do rio (ninhais de aves, sítios para a construção dos ninhos de tartarugas e jacarés, além das corredeiras, fundamentais para a reprodução de peixes); e vai garantir a conservação e a reprodução de espécies ameaçadas de extinção, como o cágado-do-paraíba (Mesoclemmys hogei) e o surubim-do-paraíba (Steindachneridion parahybae).

A área de preservação abrange 13 municípios do Médio Paraíba, a maioria dos quais não conta com unidades de conservação em seus limites: Três Rios, Paraíba do Sul, Rio das Flores, Vassouras, Valença, Barra do Piraí, Pinheiral, Volta Redonda, Barra Mansa, Quatis, Porto Real, Resende e Itatiaia.

ESTRUTURAÇÃO DE PARQUES ESTADUAIS

Estimular o ecoturismo, a visitação e fortalecer ações de repressão e prevenção aos crimes ambientais são alguns dos impactos positivos que uma melhor estrutura de gestão de um parque pode trazer. Pensando nisso a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) inauguraram o complexo administrativo do Parque Estadual do Cunhambebe, na Costa Verde, e as pedras fundamentais da construção das sedes dos parques da Pedra Selada, na Região Sul, e do Três Picos, na Região Serrana.

PARQUE ESTADUAL DO CUNHAMBEBE

Com 1,5 mil metros quadrados, o Parque Estadual Cunhambebe (PEC), em Mangaratiba, na Costa Verde, ganhou um complexo administrativo sustentável totalmente novo, que conta com sistemas de energia solar para aquecimento de água, reúso de águas pluviais e telhado verde.

A sede, que foi construída com madeira certificada, também tem centro de visitantes com auditório de 50 lugares, alojamento para aproximadamente 16 guarda-parques e acomodações para pesquisadores. Foram investidos R$ 4,8 milhões na obra. Com o recurso, proveniente da Câmara de Compensação Ambiental, foram adquiridos ainda mobiliário, equipamentos e veículos. A Área de Proteção Ambiental (APA) de Mangaratiba também tem sua sede funcionando no novo complexo administrativo.

O Parque Estadual Cunhambebe, de 38 mil hectares, recebe cerca de 18 mil visitantes por ano. A expectativa é de que o número de turistas dobre com a melhoria da infraestrutura de atendimento da área protegida. O Inea também capacitou 24 moradores de Mangaratiba para atuarem como condutores de visitantes no Parque Estadual Cunhambebe.

O Parque estadual abrange parte de Mangaratiba, Angra dos Reis, Rio Claro e Itaguaí. A unidade de conservação protege importantes áreas de mananciais, como, por exemplo, as nascentes da microbacia do Rio das Pedras, em Rio Claro.

Estas nascentes desembocam no Rio Piraí, responsável por até 15% da água disponibilizada no Sistema Guandu, que abastece a Região Metropolitana do Rio. A preservação de remanescentes da Mata Atlântica permite ainda a formação de um corredor ecológico entre os maciços da Bocaina do Tinguá, contribuindo para a preservação de espécies nativas da fauna e flora.

PARQUE ESTADUAL DA PEDRA SELADA

Com 8.036 hectares, o Parque Estadual da Pedra Selada ganhou o Espaço de Turismo e Meio Ambiente, com um total de 990 metros quadrados, em três edificações, o Espaço tem área de exposições, central de informações turísticas, auditório e biblioteca.

O parque abrange áreas de Resende e Itatiaia e, além de proteger remanescentes de Mata Atlântica e espécies em risco de extinção, também é um polo de ecoturismo da Região do Médio Paraíba.

As novas instalações vão permitir a realização de atividades culturais, educativas e artísticas para a comunidade de entorno, assim como eventos voltados para o turismo da região.

Dentro dos limites da unidade, que faz divisa com o Parque Nacional de Itatiaia, estão preservadas florestas de araucárias e campos de altitude da Serra da Mantiqueira. Entre seus atrativos está o Pico da Pedra Selada, com 1.700 metros de altitude, com acesso pela Estrada Parque (RJ 163), em Visconde de Mauá. Os visitantes também podem apreciar várias outras atrações, entre as quais a Cachoeiras do Rio Marimbondo e os Poços do Céu e dos Dinossauros.

A fauna abrange espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, com destaque para o muriqui (Brachyteles arachnoides), considerado o maior macaco das Américas e um dos primatas mais ameaçados do planeta. Dentre as espécies identificadas nos limites do parque, nove estão presentes na lista estadual de espécies ameaçadas de extinção e seis na lista nacional.

PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS

Considerada a capital nacional do montanhismo, a cidade turística de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, vai ganhar uma nova estrutura para o Parque Estadual dos Três Picos, administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A pedra fundamental da construção da nova sede já foi lançada. Os investimentos são de aproximadamente R$ 11 milhões, oriundos do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur RJ). As obras já estão em curso com previsão de conclusão para maio de 2017.

Com área total de 3.811 metros quadrados, o empreendimento terá sede administrativa, centro de visitantes, apoio ao lazer, casa do pesquisador, alojamento de guarda-parques, camping com administração, restaurante, estacionamento, banheiros e lavadores.

No projeto, serão empregados conceitos sustentáveis de arquitetura e construção, como por exemplo, aproveitamento da energia solar, através de placas fotovoltaicas para aquecimento da água, biodigestor e captação e aproveitamento de água da chuva.

PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA DO PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE







O Parque Estadual da Ilha Grande foi escolhido para a implantação do primeiro modelo de Parceria Público-Privada (PPP) de gestão de uma unidade de conservação no Estado. A PPP prevê a implantação de saneamento básico e gestão dos resíduos sólidos da Ilha Grande.

A primeira Parceria Público-Privada (PPP) de gestão em uma unidade de conservação irá trazer melhorias estruturais e fomentar atividades ligadas ao turismo. No projeto está prevista a cobrança de tarifa de acesso marítimo à Ilha e limitação do quantitativo total de visitantes de transeuntes. O valor da tarifa e o limite de visitantes, no entanto, ainda será definido. A PPP servirá como modelo de gestão para outras unidades de conservação estaduais.

O processo de operação conjunta da Ilha Grande vem sendo discutido pelo estado desde janeiro de 2015 em parceria com o Instituto Semeia. A previsão é que até o meio do ano que vem a gestão da Ilha Grande comece a ser feita por uma empresa. Com isso, os visitantes passarão a pagar uma taxa ambiental de ingresso, ainda não definida. Ficarão isentos moradores da própria ilha, de Angra dos Reis e de Mangaratiba.

ESTADO PIONEIRO NA CONSERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA

Os desafios são grandes, mas como indica o Atlas da Mata Atlântica, apesar do Brasil ter tido alta de 9% na devastação do bioma, entre 2011 e 2013, o Estado do Rio está no caminho certo, sendo vanguarda na conservação, com desmatamento próximo a zero.

“É o estado mais avançado na área ambiental...Entre 2013 e 2014, foram desmatados apenas 12 hectares. O Rio criou unidades de conservação e está investindo em sua estrutura. E também estabeleceu o compromisso de aumentar a cobertura nativa da floresta”, elogiou a diretora da ONG SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, em cerimônia de lançamento do Atlas da Mata Atlântica.

O estado do Rio concentra a maior unidade de conservação municipal da Mata Atlântica, o Parque Natural das Montanhas de Teresópolis. Tem, também, algumas das cidades com maior número de reservas particulares de patrimônio natural do país, como Silva Jardim.

Mecanismos como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSAs) a produtores rurais, o cadastro ambiental rural (CAR), o ICMS Ecológico, os Planos Municipais da Mata Atlântica, a implantação de UPAMs (Unidades de Policiamento Ambiental) e a contratação de guardas-parques reforçam o compromisso do Estado com a conservação e restauração da Mata Atlântica. A próxima iniciativa a ser lançada para reforçar a proteção a esse bioma é o Projeto Olho Verde, que consiste na utilização de imagens de satélite para identificar com alta precisão as áreas de desmatamento e reforçar a fiscalização.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Isto porque a Cultura do Estupro, existe ou não existe?


Mulher é vítima de estupro coletivo em acampamento do MST




“Uma mulher, de 42 anos, foi estuprada em uma ocupação do Movimento Sem Terra (MST), na noite desta sexta-feira (4), no Bairro Castro Pires, em Teófilo Otoni (MG). Segundo a Polícia Militar, dois homens abusaram sexualmente da vítima e estão foragidos.

De acordo com os militares, a vítima, que apresentava sinais de embriagues, relatou aos policiais que estava em um bar, quando um homem a convidou para ir em um dos barracos da ocupação do MST. A vítima disse ainda que, ao chegar no local, um outro homem estava esperando.

A mulher foi encaminhada para um hospital da cidade, para realizar exames. Até o fechamento desta matéria a PM ainda realizava buscas e ninguém foi preso.”





Agora é que vamos ver se os órgãos de mídia que tanto falaram da “cultura do estupro” nos últimos dias realmente se preocupam com as vítimas de estupro (evidentemente, este é um questionamento retórico).

Cultura do Estupro no Brasil




"Para quem tem dúvidas sobre a existência ou não de uma cultura do estupro no Brasil, os números de violência sexual do SUS (Sistema Único de Saúde) são aterradores. Entre 2011, quando as notificações passaram a ser obrigatórias, e 2015, foram estupradas no país 16.643 crianças menores de nove anos. Isto nos dá uma média de 9 crianças estupradas por dia no país. Se ampliamos a faixa etária até os 12 anos, o número cresce para 28.661 casos de violação. Ou, em média, quase 16 por dia. A tragédia fica ainda maior quando se sabe que várias meninas engravidaram. Entre 2011 e 2014, nasceram 4.021 bebês filhos de mães que foram violentadas antes dos 12 anos."


Alguma coisa tem que ser feita urgentemente!
E isso só poderá ocorrer na hora do seu voto, 
fazendo a escolha certa! 

Ao infinito e além!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Vários homens – um, dois, trinta e três –



Maria Clara Lucchetti Bingemer e professora do Departamento de Teologia da PUC-RJ e uma profunda conhecedora de questões femininas. Vale ler este artigo-denúncia e de reflexão...
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Depois do horror… a contabilidade: este só olhou, não estuprou. Aquele só gravou o vídeo, não estuprou. O outro só jogou nas redes sociais, mas não estuprou. Perversa contagem, como perverso é o fato em si. Vários homens – um, dois, trinta e três – que importa o número? Violaram uma mulher, na verdade uma menina de 16 anos. E o Brasil e o mundo olharam estarrecidos a banalização do horror, reduzido a cifras, números, quantidades.
Depois veio o machismo com suas retorcidas ilações. O delegado que interroga impertinente e violentamente a vítima, pergunta se ela tinha o hábito de fazer sexo coletivo. E depois, por whatsApp, declara enfaticamente estar convencido de que não houve estupro, que a vítima não estava dopada, que não foram 33 homens, porque aquilo é letra de um funk etc. etc. Um dos rapazes detidos e interrogados disse que ela “queria safadeza”. Saiu triunfante da delegacia, com os polegares para o alto, cantando vitória.
Foi um dos que só filmaram, só olharam, só divulgaram, só viram… Só foi cúmplice como tantos de nós ao olharmos essas barbaridades divulgadas na mídia e nas redes sociais e permanecemos silentes, ou omissos, ou coniventes. Ou quando rimos de palavras de ordem machistas, sem criticar sua repugnante violência: “Mulher gosta de apanhar.” “Quando você bate numa mulher pode não saber por que está batendo, mas ela sabe por que está apanhando.”
Assim vai crescendo e se consolidando a cultura do estupro. Quando um deputado diz a outra colega deputada que só não a estuprará porque ela não merece. Ou quando um pré-candidato a prefeito é denunciado e conhecido como espancador e nada lhe acontece, sendo que até a esposa o perdoa e defende. São pequenos consentimentos ao mal e à agressão que parecem não ser tão significativos, mas cuja culminância pode e infelizmente deverá culminar no estupro coletivo da adolescente, cujo nome não foi divulgado.
A perversão vem de longe. As sociedades primitivas eram matriarcais. A mulher detinha a superioridade porque possuía o segredo da fonte da vida em seu corpo. Diante deste mistério, o homem temia e tremia. Até o dia em que descobriu que podia vencê-la pela força física. E assim se estende até hoje o complexo de Brucutu, o homem das cavernas das histórias em quadrinhos, que portava permanentemente um tacape e arrastava sua mulher Ula pelo chão, puxando-a pelos cabelos.
Daí para todos os espasmos da violência que passa pelas sociedades tribais com a excisão dos clitóris das meninas, pelo matrimônio infantil onde crianças de oito anos são obrigadas a casar-se com homens de cinquenta, pelas tradições religiosas onde as viúvas devem enterrar-se junto com os maridos, é uma linha reta. O estupro coletivo da adolescente que poderia haver resultado em morte é apenas o ponto álgido desta linha.
Por baixo da ponta deste iceberg estão todos os outros estupros nossos de cada dia. Na maneira desrespeitosa de olhar, de falar, de tratar. No encostar do corpo forçando um contato não desejado. Na necessidade permanente de humilhar, de menosprezar e diminuir. Na política salarial desigual e injusta.
A mulher vem lutando e obtendo algumas vitórias contra todos esses pequenos “estupros” cotidianos. Conseguiu chegar ao espaço público, a postos de chefia, a salários mais ou menos competitivos. Mas quando a questão é seu corpo desejado com instinto animal pelo homem, todo o caminho se esvanece. E o que fica apenas é o triste espetáculo de seres humanos animalizados, brutalizados. E um conflito onde perversamente se tenta culpar a vítima pelo crime indefensável do agressor.
Não importam as circunstâncias de vida da vítima. A agressão sofrida a torna vítima sem discussões. E o abuso e a agressão que sofreu é um mal em si mesmo. Não se pode encontrar atenuantes alegando que ela provocou, ou desejou, ou instigou. Pois então o crime deixa de ser crime quando é fruto de uma provocação? Não, senhores, chamemos as coisas pelos seus nomes. Uma mulher, uma menina foi violentada naquilo que tem de mais sagrado: seu corpo, sua forma de presença no mundo, sua identidade de mulher. Sua sexualidade criada para o amor e o gozo foi profanada ignobilmente.
Deixemos-lhe ao menos o direito de ser aquilo que é: uma vítima que sofreu abuso de estupro coletivo e pede justiça. As duas mulheres que a defendem, uma advogada e uma delegada, vão lutar para que a justiça se faça. Ambas devem saber bem o que é ser mulher em uma sociedade machista.
A teóloga é autora de “Simone Weil – Testemunha da paixão e da compaixão” (Edusc)